LUNA VITROLIRA
( Brasil – Pernambuco )
Nascida no Recife, Luna Vitrolira é poeta declamadora, cantora, atriz, performer, arte educadora, professora de literatura brasileira, pesquisadora de literatura oral, produtora e idealizadora dos projetos de circulação nacional "Estados em Poesia", "De Repente uma Glosa" e "Mulheres de Repente".
Desde que iniciou a carreira, a artista vem se apresentando em importantes eventos e festivais literários por todo Brasil como: a Balada Literária (SP), Festipoa Literária (RS), CLISERTÃO, Festival Internacional de Poesia do Recife, Jornada Literária Portal do Sertão, e Bienal do Livro de Pernambuco (PE). Vencedora da 6ª Recitata, e do Festival de Literatura A Letra e A Voz. Lançou o seu primeiro livro "Aquenda o amor às vezes é isso", pelo selo LIVRE, de Marcelino Freire, e no segundo semestre lançará seu primeiro disco poético e musical, homônimo, produzido pelo pianista Amaro Freitas.
Biografia e foto extraídas de:
http://ditacurva.art.br/ditas/luna-vitrolira/
[Várias pessoas já nos escreveram e uma telefonou perguntando
porque não temos uma seção com a obra da performer LUNA VITROLIRA... Mandaram textos, links... Explicamos que já estamos
chegando a 10.ooo poetas (com mais de 30.000 poemas, além de vídeos, entrevistas, e-books, etc...) mas ainda falta muito para
termos uma cobertura ainda maior, com alguma seleção...Que sigam enviando sugestões!!!
poema 2
as mãos calejadas dizem
do corte da cana
carregam entulhos
e cinco litros d'água
para sustentar a fome
nas depressões inundadas
os passos afundam
como se afundasse
um navio negreiro
com ele
muitas vidas viraram
obras de museu:
um homem sem rosto
um rosto sem nome
um nome sem gente
e sua terra incinerada
minha família veio num desses
que não afundou
com a tempestade
dispersa
nossa história enterrou-se
difícil encontrar os ossos
e as pedras que dirão de nós
memória tem águas espessas
[texto extraído de
https://revistacult.uol.com.br/home/da-ponte-pra-ca-luna-vitrolira/
[de um dos links que nos enviaram...]
o amor está morto e enterrado
soube esses dias
que foi arrastado pelas pernas
pra um terreno baldio
parece que não teve direito ao velório
por motivos de
estado avançado de decomposição
o amor apodreceu
ficou só o osso
não recebeu flores
não recebeu velas
nem mensagens
da
multidão desconhecida
estava desaparecido
disseram que foi estrangulado por ciúme
que pediu socorro
mas ninguém ouviu
a vizinhança dormia
e dorme
o amor está morto e enterrado
***
é devoto
mas expulsou a filha lésbica de casa
abusa psicologicamente da esposa
diz que mulher que não se dá ao respeito
merece se estrupada
e defende que bandido bom
é bandido morto.
*
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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/pernambuco.html
Página publicada em setembro de 2022
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